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Sua Beleza

Mire sempre na sua beleza.

Antes de mais nada, você precisa saber que a seção Sua Beleza é dedicada a quem já fez algum tipo de procedimento em cirurgia plástica. São depoimentos de pacientes que pode manter o anonimato. Pois, entendemos que se trata de um universo íntimo, uma jornada pessoal de cada um.

Assim como garantimos o depoimento do paciente, este espaço também estará aberto a outros profissionais que complementam o trabalho do cirurgião plástico. Deste modo, teremos aqui dermatologistas, esteticistas, entre outros. “Sua Beleza” entrelaça o lado mais humano e os cuidados mais importantes que se deve ter após as cirurgias.

Nosso primeiro depoimento é de uma paciente que tinha hipertrofia mamária. Este problema é definido como o aumento anormal das mamas. Em outras palavras, esta disfunção é associada ao surgimento de vários sintomas relacionados ao sistema músculo esquelético, sendo os mais freqüentes as dores na coluna.

Rosana Albuquerque (nome fictício) tem 35 anos. Os problemas de saúde tiveram início ainda na adolescência, quando suas mamas se tornaram desproporcionais para o seu corpo.

O sonho da perfeição

“É complicado ter qualquer tipo de disformidade quando se tem 14 anos. Ainda mais nessa faixa etária, quando a gente começa a sonhar com namoros, com popularidade entre os colegas de escola e ser parecida com todos a sua volta. Mas não foi bem isso que aconteceu comigo.

Em outras palavras, eu tive uma hipertrofia mamária de grau leve e não sabia. Minha altura, um pouco mais de um metro e meio, parecia do tamanho dos meus seios. Ou seja, desproporcionais ao meu corpo. Em pleno calor, eu usava agasalho de manga comprida com zíper na frente. Não tirava por nada. Por consequência, comecei a não ir para aulas de ginástica. Natação, nem pensar. O maiô parecia apertar tudo para fora, e meus seios se tornavam ainda mais medonhos.

Logo, a introspecção começou a fazer parte da minha vida. Em casa, meus pais estavam em processo de separação, o que facilitava não observar a minha situação. Eu estava crescendo, mas não era o centro de atenção deles.

A coisa começou a tomar uma proporção mais séria quando eu ingressei no ensino médio. Mesmo evitando decotes, camisetas de algodão branca, ou qualquer outro tipo de roupa que chamasse atenção para os seios, os meninos reparavam que havia algo errado comigo. Nesse sentido, começaram os bullyings: ‘mamãe sem bebê’, ‘teta de velha’, entre outros apelidos.

Além de aguentar as piadas de mau gosto, tinham as dores do meu corpo que também eram outro peso. Deixei de usar sutiã porque meu ombro chegava a ter cortes. Então, decidi usar faixa. Amassava meus seios o máximo possível e usava roupas largas para que ninguém percebesse. Pelo menos, na minha imaginação isso funcionava”.

Ponto de virada

“Um belo dia, eu estava terminando o ensino médio, fui para escola sem me alimentar. Eu tinha perdido hora e me enfaixar, levava algum tempo. Conforme eu fazia sempre, dei preferência para às faixas. Nesse dia, minha equipe e eu precisávamos montar um cenário para uma peça criada pelos alunos.

Desci e subi escadas várias vezes. Peguei material como panos pesados, cadeiras e outros objetos. De repente, comecei a passar mal. Uma tontura e um suor frio desceram pelo meu rosto e fizeram com que eu perdesse os sentidos.

De acordo com meus colegas, eu desmaiei em poucos minutos. Acordei na enfermaria com minha mãe ao meu lado. Nesse momento, eu e ela descobrimos que havia algo errado. Iniciamos uma procura sobre o que era aquilo que estava acontecendo com o meu corpo.

Como se fosse uma investigação, fomos aos especialistas para saber qual seria o diagnóstico. Até que nos foi indicado um cirurgião plástico. Por um lado, minha mãe chorava porque achava arriscado na minha idade fazer uma cirurgia. Por outro, eu chorava porque me achava uma aberração.

Tempos depois, encontramos o profissional adequado. Tempos depois, fiz a cirurgia de mamoplastia antes de ir para uma faculdade. Passei um tempo de repouso, tive outros acompanhamentos médicos até que pudesse me sentir plena e realizada.

A ficha só caiu quando consegui entrar na faculdade. Minha autoestima estava a todo vapor. Meu corpo não era mais estranho a mim e aos outros. Consegui seguir minha vida sem bloqueios.

Apesar da demora em compreender o que acontecia com meu corpo, eu e minha mãe tivemos a felicidade de encontrar uma equipe maravilhosa que nos apoio durante este processo. Para quem pergunta: cirurgia plástica é uma boa? Eu respondo: sim! Mudei para melhor. Enfim, estou feliz comigo agora”.